quarta-feira, 13 de abril de 2022

Ganimedes

 
rateras até então desconhecidas em Ganimedes foram registradas pela sonda Juno (Imagem: Reprodução/Caltech/SwRI/MSSS/Kalleheikki Kannisto)

Ganimedes, a maior lua de todo o Sistema Solar e que fica na órbita de Júpiter, tem superfície com mais crateras e formações geológicas do que se pensava. Os detalhes das formações deste satélite natural foram revelados em imagens obtidas pela sonda Juno, que incluem crateras com até 100 km de diâmetro e imagens de auroras entre os polos e equador da lua. É o que revelaram pesquisadores durante apresentações conduzidas na conferência Lunar and Planetary Science.

As célebres sondas Voyager 1 e Galileo já haviam produzido alguns registros de Ganimedes, mas em ângulos desfavoráveis. Como resultado, as imagens mostravam regiões brancas, desconhecidas pelos cientistas. “Perdemos algumas crateras de impacto realmente grandes, que simplesmente não conseguimos ver nos dados da Voyager”, disse o geólogo Goeffrey Collins, durante sua apresentação.

Por outro lado, a sonda Juno revelou detalhadamente novas crateras na superfície de Ganimedes. “Perdemos essa grande cratera com 100 km de diâmetro, que é bastante óbvia nos dados da JunoCam”, observou. “Outra, um pouco menos óbvia, é uma cratera com aproximadamente 110 km”, disse. As imagens revelaram a ocorrência de crateras menores, com até 50 km de diâmetro.

Além disso, as imagens mostraram algumas formações que podem ser o resultado da atividade vulcânica de Ganimedes. “Encontramos formações semelhantes a caldeiras, parecidas com aquelas que já vimos em outras partes de Ganimedes”, disse Collins. Estas caldeiras são crateras vulcânicas, provavelmente formadas por criovulcões (aqueles que expelem substâncias voláteis ao invés da lava) que liberaram água e gases congelados do interior de Ganimedes. Os novos dados aumentaram em 30% o número de formações deste tipo conhecidas.

Por fim, Pippa Molyneaux, pesquisadora no Southwest Research Institute, afirma que as imagens permitiram a identificação das localizações exatas de emissões aurorais em Ganimedes. “Conseguimos ver a extensão latitudinal das auroras pela primeira vez, e vemos que há fronteiras muito nítidas nas bodas dos polos de ambos os ovais [das auroras]”, explicou ela. “Conforme você se move em direção ao equador, as emissões caem mais gradualmente, então modelos futuros teriam que explicar isso”.


https://www.youtube.com/watch?v=XzBp6Bt503o

Geralmente, as auroras austrais ocorrem com mais força em uma região oval no polo magnético sul. Os cientistas consideram que ambas acontecem ao mesmo tempo, mas pode acontecer de uma começar antes da outra. Já as cores brilhantes das auroras dependem da composição da atmosfera terrestre. “Cada tipo de átomo ou molécula, seja o hidrogênio atômico ou uma molécula como o dióxido de carbono, absorve e libera cores únicas, análogas a como cada ser humano tem impressões digitais únicas”, explica o astrônomo Billy Teets.

É assim que surgem algumas cores dominantes do fenômeno, como o vermelho, vindo das moléculas de nitrogênio, e o verde, causado pelas moléculas de oxigênio. A altitude também pode variar: geralmente, elas ocorrem de 100 a 300 km de altitude, a mais comum para as auroras verdes com o vermelho na parte superior, mas podem chegar a até 500 km. Por outro lado, as auroras de cor roxa acontecem em altitudes de aproximadamente 80 km, porque precisam de partículas bastante energéticas, que percorrem um caminho mais longo na atmosfera.

O campo magnético da Terra nos protege, desviando as partículas do vento solar da superfície (Imagem: Reprodução/ESA)

Quando essas partículas chegam aqui, elas interagem com o campo magnético terrestre, cujas linhas vão do polo sul, passam pelo núcleo e chegam ao polo norte. As linhas do campo se curvam para fora dos polos e se estendem para bem além da atmosfera, formando uma bolha protetora magnética chamada “magnetosfera”, que nos protege de partículas carregadas do espaço — mas pode acontecer de partículas entraram nessa região, sendo aceleradas pelas linhas e seguindo até as regiões polares. Com isso, elas chegam à atmosfera e colidem com átomos e moléculas, liberando energia na forma de luz.

Fonte: Via: Space.com

https://canaltech.com.br/espaco/existe-aurora-boreal-em-outros-planetas-195464/



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